ACASO

Será o acaso quem costura as vidas

que vêm soltas, voando ao vento cego,

com jeito de quem diz: “aqui trafego,

junto a outras como eu descoloridas”?

 

Irá ele por ruas e avenidas

podendo levar cada tosco ego,

até com uso de bruto látego,

a locais onde não terá feridas?

 

Se leva ou conduz, será mesmo acaso?

E podemos supor como acidente

as cores que o céu mostra a cada ocaso?

 

Se a sorte é capaz de toda beleza,

se o azar mata a vida na semente,

nossa certeza é a pura incerteza?

 

Silva Edimar
Enviado por Silva Edimar em 25/07/2024
Código do texto: T8114282
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