"Como eu escrevo"

Autor: Valdir Loureiro

Versos: dodecassílabos

Estou em paz com o meu poema retocável

De interminável correção a cada olhar,

Que a perfeição não é da Terra: é de além-mar

Ou de além-túmulo, em dimensão inalcançável.

Faço n-vezes um só texto até poder

Empreender uma parcial conclusão,

Passível de emenda ou de continuação

Com acréscimo ou corte que eu, depois, venha a fazer.

Escrevo um novo poema, nesse ritual,

Sem chegar a uma conclusão pétrea final

Como é também um prédio sempre em acabamento.

Esse é o meu jeito de escrever na tentativa

De ser poeta em construção que sobreviva

Em meio às obras dos criadores de talento.

VALDIR LOUREIRO
Enviado por VALDIR LOUREIRO em 25/07/2024
Reeditado em 25/07/2024
Código do texto: T8114208
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