SEM JEITO
(Escrito em abril de 2009)
Quem, um dia, Juca Mulato leu
e à dor do Juca passou insensível
Na vida, por amor, nunca sofreu
e nunca viveu um amor impossível
Quem já leu Juca e não compreendeu
a dor que há no olhar inatingível,
no peito um coração nunca bateu,
tampouco já lutou contra o invisível.
Quem já leu Juca Mulato e não se viu
nele. O mesmo anseio, a mesma dor,
de pedra um coração bate em seu peito.
Quem já leu Juca Mulato já sentiu
que existem, às vezes, coisas no amor
que o faz nascer, em nós, já tão sem jeito.