DESESPERO DO CREPÚSCULO

 

Na aurora das lembranças, teu semblante,
Em sombras se dissolve, vaga e fria,
Perdido no horizonte, triste amante,
O amor que se desfaz na noite fria.

 

Em ecos do silêncio, um brado ardente,
Procura o teu calor que já não tenho,
E cada estrela é lágrima cadente,
Caída deste amor que não detenho.

 

E em mares de saudade, naufragado,
Meu peito clama a tua ausência nua,
Cativo de um passado iluminado,

 

Onde tua luz brilhava qual a lua.
Mas resta só um céu desfigurado,
E a noite, que sem ti, se perpetua.

 

Gurupá, Pará, Brasil, 23 de julho de 2024.
Composto por Léo Frederico de Las Vegas
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