AQUELES PASSOS...

A areia, vagarosa mas constante,

tortura seu sorriso, tudo embaça

e a cada céu que encontra, menos graça

na trilha enxerga o pobre caminhante.

Sujeitas ao pincel que despedaça

os sonhos carregados desde infante,

as cores se transformam num instante

em vultos encobertos por fumaça.

As horas seguem rumo ao precipício

e agora nosso amigo presencia,

da vida, a mais tirânica faceta.

O pensamento alcança o desperdício

de passos reprimidos, nostalgia

que não resiste à marcha da ampulheta...