TRILHA DE SONETOS CXXXXIX - DIÁLOGO COM A CANÇÃO "DIAS VERMELHOS"

*DIAS VERMELHOS*

(Uns e Outros - Composição: Nilo Nunes / Marcelo Hayena / Cal / Ronaldo Pereira / Heleno Nunes)

Hoje o dia não amanheceu

E eu não vi nada

Ou não queria ver?

Nem as tardes de verão

Não eram mais vermelhas

Como eram as de então

E quantas vezes me peguei

Caminhando pros seus braços

Me perdi e tropecei

Confuso nos próprios passos

Quantos dias ainda virão

Sem nos tornarmos aço?

Esperando que nascesse

Flores no asfalto

Poeira e ácido

E quantas vezes eu errei

Olhando pro passado

Me perdi e tropecei

Confuso nos próprios passos

Quantos dias ainda virão

Sem nos tornarmos aço?

Esperando que nascesse

Flores no asfalto

Poeira e ácido

E quantas vezes eu errei

Olhando pro passado

Me perdi e tropecei

Confuso nos próprios passos

E quantas vezes me peguei

Caminhando pros seus braços

Me perdi e tropecei

Confuso nos próprios passos

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*VERMELHOS*

Saudade imensa dos vermelhos dias

Em que a esperança alimentava o sonho

Alicerçada no porvir risonho

Que ao mundo dava anais de poesias.

Chegam notícias quentes... já sabias?

Um vendaval varreu o cão bisonho

Que nos tentou impor padrão medonho:

Nazi-Facismo e suas parcerias.

A Europa disse não à vil direita;

O "rock", mordaz sandice, não aceita...

E os rubros dias voltam a brilhar.

Depois de tantas quedas e tropeços

A esquerda vai somando recomeços

Buscando seu propósito implantar.

José Rodrigues Filho

*TROPEÇOS…*

Verdade… tropecei nos próprios passos,

em busca dos desejos de quimera…

Por certo, fui feliz... e quem me dera

reavivar o tempo com meus traços.

Mas, ao trilhar antigos descompassos,

sufoco, ainda mais, a primavera…

Se os sonhos invernaram, quem me espera,

além da cor sombria dos fracassos?

Pois bem, meu caro amigo, já é hora

de colocar fantasmas para fora,

é tempo de banir tristeza e dor.

Os trapos e farrapos de lembranças,

fiapos que fiei sem esperanças

troquei por um futuro promissor…

Elvira Drummond

*SEM AS MANHÃS...*

Sem as manhãs, os dias são tristonhos,

vermelhos, feito as tardes de verão...

reflexo do rubor da solidão,

quando frustrados são os nossos sonhos.

Relembro os dias frios e enfadonhos,

vividos sem frescor, na contramão

dos planos que almejei e, desde então,

meus passos em tropeços são medonhos.

E quantas vezes vacilei seguindo

na direção do amor, que se extinguindo,

tão insistente, não amanheceu!...

Volto no tempo e compreendo, enfim,

que o nosso amor, instável, qual jardim,

carente de cuidados, feneceu.

Aila Brito

*TARDES VERMELHAS*

Relembro com saudade cada tarde

que nós passamos juntos aos abraços,

em sonhos, planejando nossos passos,

porém a nossa sina foi covarde.

Constato que hoje o nosso céu se encarde,

estão se desfazendo os nossos laços

e os nossos beijos, sempre mais escassos,

o nosso fim será sem muito alarde.

Das nossas tardes, antes tão vermelhas,

tão quentes e abrasadas nos teus beijos,

ficaram hoje apenas as centelhas.

Devido aos tantos erros e tropeços,

não temos mais os vinhos nem os queijos,

não haverá mais novos recomeços!

Luciano Dídimo

*TERRA DO NUNCA*

Dias alegres, dias cinzas, dias

Vermelhos, infindáveis, sucessivos...

Dos corações e sentimentos vivos,

Imersos de emoções vitais, sadias!

Ecos: saudades, sonhos, nostalgias...

Nas implosões de intérminos cativos

Que, em explosões de laivos subjetivos,

Lamentam ou descobrem fantasias.

Tardes azuis, utópicas, incríveis,

Imaginárias, ledas e invisíveis

Nos paradeiros de almas solitárias!

E os versos verdadeiros e fingidos

De artistas vencedores e vencidos

Hibernam nas mansões imaginárias!

Ricardo Camacho

*BOLHAS CINZAS*

Que pare o mundo! Nada faz sentido...

Perderam a beleza de viver.

O nosso dia a dia, tão corrido,

Matou a experiência do lazer.

O vídeo, a foto, o story mais curtido,

O dedo que desliza sem querer;

É o trem desenfreado e sucumbido

Ao trilho inconsequente do prazer.

Munida da frieza dos metais,

A vítima das redes sociais

Fracassa em ver um palmo além de si...

E se eu disser que nada se assemelha

A ver a intensa tarde em cor vermelha,

Decerto irão pensar que enlouqueci.

Guilherme de Freitas

*AQUELES PASSOS...*

A areia, vagarosa mas constante,

tortura seu sorriso, tudo embaça

e a cada céu que encontra, menos graça

na trilha enxerga o pobre caminhante.

Sujeitas ao pincel que despedaça

os sonhos carregados desde infante,

as cores se transformam num instante

em vultos encobertos por fumaça.

As horas seguem rumo ao precipício

e agora nosso amigo presencia,

da vida, a mais tirânica faceta.

O pensamento alcança o desperdício

de passos reprimidos, nostalgia

que não resiste à marcha da ampulheta...

Jerson Brito

FÓRUM DO SONETO
Enviado por FÓRUM DO SONETO em 22/07/2024
Código do texto: T8112040
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