SEM DOLÊNCIA...
Na paixão não cito preces, seria blasfêmia,
Assim também no amor não rogo praga,
Apenas de ambos a essência, polissêmia,
Para que no ato a satisfação deles me traga.
Quando no auge, sem gritos, só a disfêmia,
Depois dum suave vinho e no cigarro traga,
Em doces noites, daquelas então boêmias,
Nas quais nos lábios nenhum sabor estraga.
Debruça teu corpo envolto na demência,
Sob o de quem cansado sem clemência,
Ainda faz no teu carinho em lisa estrada.
Curvas e curvas sem pudor e ou paciência,
No silencioso arrepio, mas sem dolência,
De quem te cede tudo e não te pede nada.