Réquiem ao poente
A vida resiste de teimosa
Fazendo acordos com o nascente
E a chuva de gotas caprichosas
Toca um réquiem ao poente
Tudo o que é vivo persiste
Voando voo de abelha
Sem corpo de voar, mas insiste
Como sol brilhando sobre telha
Na taça o vinho ainda escorre
Descendo sem pressa de findar
Fogueira em brasa que centelha
É vida, leito rio fluxo que corre
Entre veias e artérias a pulsar
Sangue rubro rosa vermelha