MARES ONÍRICOS

Zarpei à decisão, por entre pélagos revoltos,

De sinistras ondas turvas, soturnas e fatais,

Saindo do cais, confuso, em desatino, sinais

De ocasos ressentidos, por solitudes envolto.

Sigo ao relento, singrando mares profundos

Reconhecendo sargaços e pepitas subversas,

Libando, do céu a luz e emanações adversas,

Por via doura e vazia, qual solo mal-fecundo.

Aporto em penedos, quimeras de esperança,

evoco, entre candores, a duvidosa confiança,

que a fantasia vital me transfigure o fascínio.

Desperto meditativo, atido em pensamentos,

Abjurando temores às dores sem argumento,

desafiando, silente, da esperança o declínio.

ALBINO VELOSO
Enviado por ALBINO VELOSO em 19/07/2024
Código do texto: T8110281
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