O ARÍETE E O BRASÃO

O ARÍETE E O BRASÃO

À força de golpear, puseste abaixo

A porta almofadada de meu paço!

Após, vandalizaram todo o espaço:

Vitral em cacos; viga em desencaixo…

Eu cruzo o passadiço cabisbaixo,

N’um misto de vergonha e de cansaço.

Ao final, reaprumo o espinhaço

E contemplo ruínas de alto a baixo.

A um canto jaz o aríete que usastes

Tu e os teus contra mim, o temerário.

Junto de meu brasão deposto às hastes:

À máquina de guerra refratário,

O nobre escudo! Agora ferros-velhos…

Deixaste-me reinar, mas de joelhos.

Betim - 02 07 2024