Casa Mortuária

Soneto : Casa Mortuária

Apagada está a antiga fotografia

Na estante que a escura imagem comporta

Mas ainda lembro das cores que um dia

Embelezavam numa aparência que conforta

Recordo o luto que na casa se seguia

Ouvindo o soar do vento ao bater à porta

Cortava o ar numa densa melancolia

Como jamais uma lâmina corta

E eu no quarto a derramar agonia

Em lágrimas que eram rios de turbilhões

Ao travesseiro de manta centenária

Onde o pesadelo, aflito adormecia

Ouvindo o selar dos grandes caixões

Como se o porão fosse uma casa mortuária

Welerson Recalcatti
Enviado por Welerson Recalcatti em 17/07/2024
Código do texto: T8108970
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.