A LAGOA
Caiu bondosa obra dos céus centro-norte,
Água, ungindo a seca província de Valença,
E jazia, entre pedras, tão excelsa presença,
de um extenso manancial, um magno porte.
Exaltada fonte, belíssima lagoa do Tanque,
Encantada, protegia São Pedro, na divisa;
Provia de águas límpidas, imensas jazidas,
Brindando à vida em seu festivo palanque.
Sob a ganância do homem, algoz e protetor,
Arqueja o seu vil crepúsculo transformada
E cumpre, por sina, a sentença: assoreada!
Era profunda, fascinante, mas, agora rasa,
E tendo, por sentença, morte proclamada,
Fenece à crueza do silêncio ao seu clamor.