A LAGOA

Caiu bondosa obra dos céus centro-norte,

Água, ungindo a seca província de Valença,

E jazia, entre pedras, tão excelsa presença,

de um extenso manancial, um magno porte.

Exaltada fonte, belíssima lagoa do Tanque,

Encantada, protegia São Pedro, na divisa;

Provia de águas límpidas, imensas jazidas,

Brindando à vida em seu festivo palanque.

Sob a ganância do homem, algoz e protetor,

Arqueja o seu vil crepúsculo transformada

E cumpre, por sina, a sentença: assoreada!

Era profunda, fascinante, mas, agora rasa,

E tendo, por sentença, morte proclamada,

Fenece à crueza do silêncio ao seu clamor.

ALBINO VELOSO
Enviado por ALBINO VELOSO em 16/07/2024
Código do texto: T8108061
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