ENTRE DOIS AMORES

Então eu me vi numa encruzilhada,
e foi mesmo ali que eu perdi a noção,
pois se eu perguntasse, nem sim e nem não,
por meu coração a resposta era dada.

Eu nunca senti estar tão vacilante,
fugi do dever de escolher, ponderar:
escolhendo um lado, eu sentia pesar;
escolhendo o outro, uma dor lancinante.

Mas era preciso, afinal resolver
com qual eu queria ficar, era um fato,
pois toda uma vida, eu iria viver

a me lamentar, desprezando o meu ato...
Então desisti:- "Não vou mais escolher,
vou levar os dois: essa bolsa e o sapato."

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