O cálice e a dor

Um homem desesperado, impaciente,

Vive do tinto como se a dor perversa,

Atenuasse com uma simples conversa,

Entre ele e o cálice pouco consciente.

Se tornando para si inconveniente,

Num transe de fala trôpega e adversa,

E aquele que o ouve rogar, dispersa,

Sem perder a calma, sempre leniente.

Acha que o transe do álcool passageiro,

Anestesiará a mágoa mal resolvida,

Onde ele se fez por amor estrangeiro,

Largado no trem da vida sem destino,

Indo a lugar algum, sempre de partida,

Ele e sua dor, o vinho e o desatino.

JarbasTaboza
Enviado por JarbasTaboza em 13/07/2024
Código do texto: T8106417
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