AS PEDRAS FALARÃO
Prefiro me calar qual quem consente,
do que aquele que teima, vocifera!
Vivemos todos em arena de feras,
num baixar de cabeças inconscientes!
E toda essa atitude vã, demente,
que atravessa infindáveis, muitas heras,
parece-me impregnado na monera,
para eclodir mais tarde quais sementes.
Eu sei que o ser que não pratica a fala,
isto é, o sujeito que também se cala,
está propenso, um dia, a ouvir as pedras.
Mas, quem nos dentes, dá com a língua,
sofrerá as consequências à míngua
de quem teima e todo silêncio apedra.