ROSAS 216 e 217

ROSA 216

Na doce infância, ingênua e singela,

Eu brincava feliz em meu jardim,

Até que um dia, me vi sendo a donzela

Dos homens, meu destino, enfim.

Eles me olhavam com um sorriso,

Enquanto a fome me envolvia,

Seus corpos sujos, dinheiro eu preciso,

Com falsas promessas, eu me seduzia,

Agora, mulher, eu me sentia,

Com a boca cheia de prazer,

A droga do Paraguai me invadia.

E eu sorria, sem nada temer.

A malandragem da noite me adotou,

Promessas de amor que nunca chegou,

ROSA 217

Hoje, aos meus dezesseis aninhos,

Lembro com saudade daqueles tempos,

Dos abraços dos meus pais, cheios de carinhos,

Tinham luz nos meus olhos, hoje vento.

Papai, mãe e meus três irmãos amados,

Cresci segurando suas mãos,

E mesmo que o tempo tenha passado,

Serão eternos verões, em meu coração.

Porque, mesmo distantes, em meu peito,

Eles estarão para sempre presentes,

Em cada dor, nas camas que deito,

Meus sonhos com eles, me tornam resistente.

Embora não tenha felicidades no coração,

Ainda vivo por uma só razão.