Intercorrências
Um nasce, um outro morre; aqui rebrilha
a luz da aurora envolta em flavas rendas.
Ao longe as noites fulgem estupendas;
alguém se assusta e alguém se maravilha.
Este goza do amor, aquele trilha,
da vã saudade, as mais tristonhas sendas.
Horas de aplausos, horas mais horrendas,
um chora o pai, a um outro nasce a filha.
É mesmo assim a vida e sempre existe,
em meio ao bem e ao gozo, o instante triste,
porém, não se eterniza o mal que inflama.
Um dia na ribalta e no outro dia,
sem sonho, ao rés do chão… mas quem diria?
Às vezes viçam flores dentre a lama!