Hei de morrer de amor
Hei de morrer de amor, de amor por ti vivendo,
na flava luz do sol, na argêntea luz da lua.
E ao fim das estações, no ocaso que me estua,
terei, ao lado teu, o mais gentil adendo.
Se o fôlego se esvai num beijo a que me rendo,
num outro, em tanto ardor, a vida se insinua.
Mil vidas, mortes mil e em todas elas tua,
minha alma tem, do amor, o doce dividendo.
O bem que se mostrou nas horas tão pequenas
e fez-me deslembrar o aiar das velhas penas
tornou-se o amor maior e igual jamais senti!
Se morro a cada sol, renasço sem atraso
na luz dos olhos teus, no beijo em que me abraso...
Se morro por amor, revivo ao tê-lo em ti!