Cântico
Eu canto o amor urgente que desejo,
decerto não o nego, nem desminto.
Bendigo-o com o fôlego do instinto,
na aurora, em meio à noite e em cada ensejo.
Exalto-o com o canto mais distinto
e nunca cedo ao óbice do pejo;
por este amor vital em que dardejo
insiste a inspiração que em mim pressinto.
Não vejo nem procuro a tal maneira
de resistir ao verso que me abeira
ou de fugir do cântico que assoma
dentro de mim, de forma audaz e forte;
Extasiada, cedo à alegre sorte
e canto o amor, em ínclito idioma!