Cântico

Eu canto o amor urgente que desejo,

decerto não o nego, nem desminto.

Bendigo-o com o fôlego do instinto,

na aurora, em meio à noite e em cada ensejo.

Exalto-o com o canto mais distinto

e nunca cedo ao óbice do pejo;

por este amor vital em que dardejo

insiste a inspiração que em mim pressinto.

Não vejo nem procuro a tal maneira

de resistir ao verso que me abeira

ou de fugir do cântico que assoma

dentro de mim, de forma audaz e forte;

Extasiada, cedo à alegre sorte

e canto o amor, em ínclito idioma!

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 13/07/2024
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