"Não se ama duas vezes a mesma mulher." Machado de Assis in Memórias póstumas de Brás Cubas (1881)
Amor recorrente
Logo a primeira vez que eu a vi,
Meu coração quedou no peito dela.
Assim se deu início à novela,
Em que a flor prendeu o colibri.
A flor era uma rosa amarela,
O colibri sou eu, este poeta.
A novela, cupido, se completa,
Quando a flor, sem motivo, se rebela.
Anos depois, a flor, já sem perfume,
Encontra o colibri que, por costume,
Tem que beijar a flor. E assim o fez!
E depois de beijá-la, torpe de paixão,
Ainda que quisesse dizer não,
Seu coração quedou mais uma vez.