ROSA 212 e 213

ROSA 212

Por que a mãe se prostituiu, oh desventura,

Quem os gerou agiu torpemente, dizia,

Que iria atrás de amantes, que lhe davam as delícias,

O pão, a água, a lã, o linho e a doçura.

Cercarei teu caminho com espinhos, criatura,

E um muro de sebe levantarei, senhoria,

Para que não encontre suas veredas, seria

Que irá atrás de seus amantes, sem ventura.

Mas não os alcançará, nem achará, procura,

Então dirá, irei em busca do primeiro amor, seria,

Pois melhor me ia então do que agora, diria,

Tornarei ao primeiro marido, à sabedoria.

Mas o passado não pode ser refeito,

Em vão te arrependes, pois já não há jeito.

ROSA 213

E disse ele: Tu comigo ficarás,

Muitos dias sem se prostituir,

Não serás de outro homem, eu juro assim,

Eu por ti esperarei para amar.

Dores de parto virão, insensato filho,

Tempo errado, lugar que não é luz,

Sararei tua infidelidade, meu carinho,

Ira afastada, meu amor te conduz.

Sua vileza descobrirei, sem dó,

Nenhum amante poderá te livrar,

Todo gozo, festas cessarão já.

Vide e figueira jazem ao chão,

Paga dos amantes virou bosque, enfim,

Feras do campo então devorarão.