NUVENS NEGRAS

 

Chega um momento então que a esperança

Se atrela logo aos braços da amargura

Sim, voa como um pássaro pra altura

Levando logo a paz e a bonança...

 

Momento há que a fé regride – cansa

E vai-se, então, àquela formosura

Encerra-se enfim toda ternura

E um grande vazio que avança...

 

As nuvens negras cobrem toda luz

E uma depressão voraz conduz

A um pélago, a um vale abismal...

 

Fica uma fímbria – fica uma fresta

Luminescente mas algo contesta

Querendo então que a alma fique mal...

Gonçalves Reis
Enviado por Gonçalves Reis em 09/01/2008
Reeditado em 15/06/2008
Código do texto: T810470
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