NUVENS NEGRAS
Chega um momento então que a esperança
Se atrela logo aos braços da amargura
Sim, voa como um pássaro pra altura
Levando logo a paz e a bonança...
Momento há que a fé regride – cansa
E vai-se, então, àquela formosura
Encerra-se enfim toda ternura
E um grande vazio que avança...
As nuvens negras cobrem toda luz
E uma depressão voraz conduz
A um pélago, a um vale abismal...
Fica uma fímbria – fica uma fresta
Luminescente mas algo contesta
Querendo então que a alma fique mal...