Herança materna
A minha mãe, Margarida,
Levou metade de mim,
Nas asas do querubim,
Que a levou de partida.
Deixou minh’alma ferida,
Essa dor que não tem fim,
Mas me deixou, mesmo assim,
Tudo que tenho na vida:
Tanto amor, tanta saudade,
Que nem a eternidade
É capaz de calcular.
E das pedras do caminho
Fez igrejas de carinho,
E pôs meu pai no altar.