ROSA 205

Amor, talvez não consiga ler nas entrelinhas,

As mil palavras de amor escritas todos os dias.

Talvez estejamos acostumados às velhas manias

Ou talvez nunca conheças as dores minhas.

Talvez a cada dia que trabalho, sintas-te sozinha

Ou precises de mais para estimular tuas alegrias.

Mas só consigo não deixar as panelas vazias,

Chegando cansado e frustrado à tardinha.

Mas saiba que digo sempre com as mãos:

Eu te amo, sim, e com meu suor também,

A cada colher de açaí, em cada pedaço de pão.

A você e aos nossos filhos dedico cada vintém.

Te amo, em cada copo de cachaça que rejeitei,

A força que nunca tive, por você mostrei.