CONSTRUÇÃO

Construo meu decassílabo com base

nos gênios do soneto qual Florbela!

Solitário, na minha simples janela

já vivi como tantos muitas fases.

Distinguindo meus versos dessas frases

que pululam em textos, nunca belas,

como flores sem haste, sem umbela,

tropeçando também em cultas frases.

Recorro, às vezes, à fiel gramática,

mas volto logo à minha velha prática

e peço a ela licênça poética!

Pois, só cabe ao poeta, com a métrica,

trabalhar, com afinco, essa fonética

em parceria com a matemática.

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 07/07/2024
Reeditado em 07/07/2024
Código do texto: T8101839
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