UM GRITO SOCIAL. ROSAS 193 194, 195, 196 , 197, 198, 199 E 200

ROSA 193

Na sociedade injusta e desigual,

Jovens negros sofrem sem ter voz.

Desamparados, lutam no vendaval,

Com pouco estudo e destino atroz.

Má influência os cerca, sem piedade,

Caminhos tortuosos a percorrer.

Má alimentação traz fragilidade,

À sombra de um futuro a fenecer.

Pais que os abandonam, coração dorido,

Mães que partem cedo, choro em vão.

Trabalho precoce, fardo compartilhado,

Na luta constante pelo pão.

Que a poesia denuncie tal desenredo,

E clame por justiça e novo enredo.

ROSA 194

Num triste mundo sem cor e sem saída,

O vício consome almas sem perdão.

Os dependentes clamam em lida,

Na luta sem fim pela ilusão.

Famílias em prantos, dor infinita,

Esperam o retorno que não vem.

As lágrimas vertidas, ferida maldita,

Por um cachimbo que consome quem.

Nas ruas, como zumbis, caminham sós,

Procurando o alívio que não têm.

Sem rumo, sem amor, sem voz,

Pelas sombras da pedra no além.

Que triste sina que os conduz, despedaçados,

Pelas vielas sujas, pela vida jogados.

ROSA 195

Na era da pervertida ideologia,

Meninas e meninos sem pudor algum,

Fazem meninos brincando de egoísmo,

Mostrando a bunda em busca de atenção.

Com o olhar desviado do pé torto,

Sem valorizar os estudos e a sabedoria,

Pensam ser alguma coisa, mas estão longe,

Apenas corpos sem rumo nesta vida.

Não buscam a revolução do conhecimento,

São garotas passando de mão em mão,

Deixando filhos para a velha geração.

Que triste destino essa juventude segue,

Perdidos em seus desejos vazios,

Sem perceber o verdadeiro valor da vida.

ROSA 196

No mundo cão, se ergue a cruel verdade,

Ou és alguém, ou logo não és ninguém.

Respeito não se impõe com amizade,

É pela força bruta que se vai além.

Não há meio-termo nesse cruel jogo,

Na pugna pela vida e sobrevivência.

É o violento quem faz o falso rogo,

Impõe temor, domina com sapiência.

No palco da existência desumana,

O fraco sucumbe, sem grande glória.

Enquanto o forte ergue a voz soberana,

No palco da vil e continua história.

Assim se tece a trama deste enredo,

No mundo cão, o forte e cruel impõe o medo.

ROSA 197

Na comunidade, rompe-se a união,

Irmandade perdida, triste sina.

Irmão mata irmão, sem compaixão,

Cena brutal na alma que raciona.

No condomínio, segredos bem guardados,

Enquanto a polícia mantém seu cerco.

Guerra sem razão, em campos tão abordados,

Por drogas, política e poder, aperto.

Na praia, divisão, eterno contraste,

Ricos e pobres separados pela maré.

A maior parte dos bens ali se faz parte,

Amarga realidade que reflete no Zé.

Nesse cenário de conflito e erosão,

A sociedade se divide em ilusão.

ROSA 198

Hoje, triste é ver tantas crianças sem trilhas,

Vendendo seu corpo, trocando seu amanhã,

Consumindo lixo nas redes, mães vendem as filhas,

Fora da escada, parecem normais, mas é vã.

A cultura mediática, vil, transforma a ética,

A moral se perde em meio ao espetáculo vão,

E as meninas, desafortunadas, perdem a métrica,

Sonhos no escuro, findam sem nenhum refrão.

Oh, triste sina dessas almas sem destino,

Inocentes que se perdem na selva urbana,

Em troca de migalhas, vendem seu menino.

Que falta de esperança, que triste sina humana,

Que o mundo desperte, que os olhos se abram,

Para que essas crianças encontrem a luz soberana.

ROSA 199

No tráfico, um comércio que emprega tantos,

Políticos, carcereiros e turismo,

Polícia, prostitutas, motoristas, contos,

Em meio a esse mundo de cinismo.

As drogas, envolvendo outro rapaz,

Os pontas de lança são marginais,

Trazendo problemas, dor e morte já,

Um negócio á assombra dos quintais.

Mas no submundo da vida, é lei,

Versos transgressão a se opor,

O dito bem contra o mal, traz o louco rei.

Embora triste, é preciso mostrar,

Que as drogas são um mal a combater,

E em vidas perdidas, a reflexão encontrar.

ROSA 200

No alto da cidade, entre sombras escuras,

Meninos de rua vagam sem rumo certo,

Comendo restos do lixo e sofrendo aperto,

Num ciclo cruel de vício e loucuras.

Perdidos na escuridão sem esperança,

Usam drogas para fugir da realidade,

Roubam e matam por um pouco de alívio,

Mas a essência humana se perde na maldade.

Prostituição e violência são seu destino,

No submundo da cidade, sem carinho,

Perdem-se na escuridão, no abandono.

Sociedade ferida, carente de amor,

Esses meninos tristes, frutos do rancor,

Causam um dano profundo, sem retorno.