Padecimento
Nos braços da penumbra, sinto o frio...
Entre escombros da guerra declarada!
As sombras, companheiras deste brio,
Desfazem-se na noite já chegada.
Nas margens do silêncio, a madrugada
Espalha seus segredos pelo rio...
E corteja a saudade aqui gravada,
Ao vento, em miserável desvario!
No abraço desta solidão tardia,
Meu pranto se dissolve em agonia,
Em meio à treva e ao esquecimento...
Assim, estando certo deste fado,
Posso dizer com muito desagrado:
Que a esperança se perde no lamento!