Último poema

– É o último poema que te escrevo.

Infelizmente, agora, enfim, aceito...

Que o tempo não perdoa, nem espera!

E toda a nossa história, tão sincera,

Desfez-se no vazio, em vão preceito.

O sonho que nutrimos, já desfeito,

Perdeu-se na neblina da quimera...

E nosso amor de terna primavera,

Findou-se na lembrança, em ledo efeito.

Agora, sigo só, desiludido...

No palco em que a paixão se fez ausente,

Cativo de um passado já vivido.

Mas guardo em mim o fogo persistente,

Que, mesmo em dor, jamais se faz rendido

E revive em meu peito eternamente!

Alexandre Toledo
Enviado por Alexandre Toledo em 03/07/2024
Reeditado em 03/07/2024
Código do texto: T8099296
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