QUEM SE VIA, QUEM SE VÊ
(Menção à canção Quem Te Viu, Quem Te Vê, de Chico Buarque)
Que estranho te ver na galeria,
À vontade entre gente tão grã-fina.
Nem parece a minha bailarina,
Que girava na pista outro dia.
Lembro que de dourado eu te vestia,
Agora teu ouro vem da mina.
Não vês que a riqueza contamina?
Estás bela mas te falta alegria.
Ao menos finge que estás tranquila,
Enquanto teu velho bloco desfila
Garboso, lá embaixo na avenida.
Vê se aparece, a gente te espera.
Porque ninguém esquece do que era,
Mesmo que agora viva outra vida.