ROSA 180

No tabuleiro da vida, piões casuais,

Defendem Reis e rainhas com fervor,

Torres e damas seguem sem pudor,

Entre cavalos que marcham reais.

Mas, no jogo cruel de artimanhas tais,

Somos peças de um mudo invasor,

Sacrificados num ímpeto rancor,

Ou enviados a destinos fatais.

Assim, na incerteza do movimento,

Dançamos breves passos sob tormento,

Buscando significado incerto.

Ah! A quem serve este jogo insano?

Somos peões neste tabuleiro, desumano,

Jogados ao sabor do vento incerto.