OS PORTAIS
O refletor celeste, ao fim da lida,
deitado sobre densos matagais,
expande o louro abraço e dá sinais
de sua majestosa despedida.
As águas, de beleza desmedida,
à espera das pinturas noturnais,
transformam as correntes em portais
por onde passa a luz enfraquecida.
Um barco, a deslizar no espelho, adorna
a tarde morrediça, ainda morna,
repleta de magia, graça e encanto.
O rio encanta todas as retinas
que enlaçam as imagens vespertinas,
justificando os versos deste canto...