O RISO DO VENCEDOR

Se a escuridão da estrada me apavora,

prossigo acreditando no processo

porque nenhuma crise que atravesso

apaga, no horizonte, a luz da aurora.

Se as dores chegam, luto e não me apresso

porque, se porventura houver demora

na provação imposta, o sonho implora

que não me enleve o cômodo regresso.

Por mais que seja trágica e severa,

a fúria das contendas não tolera

minha esperança, a força na jornada.

Das quedas me levanto mais disposto

a ter, em vez de lágrimas no rosto,

o riso da vitória conquistada.