A rocha que atravessa o pesqueiro
Em minhas veias o sangue do primeiro
Adão, aquele que forjou o que existe
Também portador do erro que persiste
Pago pelo sangue do Derradeiro
Tentando caminhar sobre o lameiro
E as pedras como a angústia que resiste
Contra elas a fúria e a espada em riste
Pois sou a rocha que atravessa o pesqueiro
As chagas afligem a pele interna
Cicatriz que parece sempiterna
Desci e acordei num mundo ensandecido
Trinta e três passaram-se desde então
Quem dera eu seja como o último Adão
Mais que ressuscitado, renascido