COTIDIANO
Amanhã, 29-06-24, completamos sessenta e sete anos de casados (bodas de neve). Como homenagem a quem me dá alegrias por tanto tempo, reposto este soneto que é um retrato fiel do nosso cotidiano.
Há um portão largo que me recebe,
Fico feliz quando por ele passo.
Depois, se fecha, como num abraço,
Estou seguro, tudo que se pede.
Um leve perfume ali se percebe.
Atravesso o jardim, chego ao capacho,
Ali deixo a poeira e o cansaço,
Busco o conforto que o lar me concede.
Cheiro bom na cozinha, a mesa posta.
Entro. Chamo seu nome sem resposta.
Escondida me faz uma surpresa,
Me abraça forte, me leva pra mesa,
Repleta de tudo que a gente gosta.
Mais tarde, um beijo, e a cama posta.