Vulto das memórias

Eu, sombra de desordem nesta vida,

Fantasma errante preso nas memórias,

Vivo a desenredar-me dessas glórias,

Em busca da verdade reprimida!

Profundamente aflito e sem guarida,

Relembro os velhos dias sem histórias,

Onde a tristeza, ausente de vitórias,

Roubava-me a esperança já ferida!

E o tempo, em seu desprezo inconsequente,

Devora o dado sonho mais fulgente,

Mesmo que sob a graça da ilusão.

Até que reste, enfim, o esquecimento:

Um sopro vago, um pálido momento,

Morrendo lentamente em solidão.

Alexandre Toledo
Enviado por Alexandre Toledo em 27/06/2024
Código do texto: T8095143
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