Vulto das memórias
Eu, sombra de desordem nesta vida,
Fantasma errante preso nas memórias,
Vivo a desenredar-me dessas glórias,
Em busca da verdade reprimida!
Profundamente aflito e sem guarida,
Relembro os velhos dias sem histórias,
Onde a tristeza, ausente de vitórias,
Roubava-me a esperança já ferida!
E o tempo, em seu desprezo inconsequente,
Devora o dado sonho mais fulgente,
Mesmo que sob a graça da ilusão.
Até que reste, enfim, o esquecimento:
Um sopro vago, um pálido momento,
Morrendo lentamente em solidão.