OCASO
OCASO
De repente, todos teus feitos
Tornam-se gravíssimos defeitos
E aquela tua vida intensa, plena
Um imenso e insolúvel problema!
A tua presença, antes festejada,
Agora é sobra, ausência desejada.
Tua idade que suscitaria sabedoria
É um estorvo para quem te amaria.
Tua solidão, envergonhada da luz
Que no cume da tua existência havia
Vê a vida apagando à espera da cruz
A cova te chama com fome, com euforia
Par encerrar o ciclo que tudo a nada reduz
E te mostrar que viver é singela utopia.