ROSA 167
Como posso ouvir estrelas tão distantes,
Em sua imensidão no céu a brilhar,
Mas também as que na terra estão a vagar,
Em meio à multidão, meu amor errante?
Preciso manter olhos e ouvidos vibrantes,
Para desvendar seus enigmas no ar,
E ver em cada estrela o brilho do olhar,
Expressando o segredo da vida, instante.
Digo agora pois, em pleno devaneio,
Que ouvir estrelas com o coração vazio
Só ouvirá solidão, cantar em todo meio.
Compreendê-las sem conhecer a língua do universo,
O amor, que hoje canta por um fio,
A cantiga triste e bela, em silencioso verso.