Desdém da vida

A Vida, às vezes, arde, chora, brada,

Na escuridão do ser, hoje se entrega,

Em tíbios sonhos vai-se a madrugada,

E a esperança, aos poucos, se renega.

Os dias vão, na angústia degradada,

Rastros de dor em almas se congrega,

A sombra frígida, no peito, herdada

E todo o amor, fictício, já se entrega.

O riso morre em lábios de tristeza,

E em vão buscamos luz na noite amarga,

Neste mundo de tanta mágoa e ofensa.

Oh, vida, que desdém em tal crueza,

De fado e dor extremamente larga,

Faz com que a morte seja a recompensa!

Alexandre Toledo
Enviado por Alexandre Toledo em 26/06/2024
Reeditado em 26/06/2024
Código do texto: T8093801
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