Até pensei
Era um quintal baldio, e tinha dono:
Um ébrio que dormia ao relento,
Que mudava de rumo como o vento,
Quando, ao se achar, perdia o sono.
Me lembro! Era noite de outono,
Eu entrei escondido no quintal
E vi alguma coisa inatural,
Que hoje inda me faz perder o sono:
Uma espécie de luz incandescente
Parecia lutar, inutilmente,
Pra dar de volta a luz ao Assum Preto.
Até pensei que fosse coisa minha.
Mas quando acordei, de manhãzinha,
A luz tinha virado este soneto.