ROSA 164
No peito, a dualidade em mim se instala,
Às vezes tudo, noutras sou vazio,
Pareço estar no céu e no ralé ou vala,
No verão, ouço o inverno em meu assovio.
Cosmos, verme, em mim há contraste,
Astro e estrela em noites de escuridão,
Na multidão, um ser tão distante,
Mil amores e também solidão.
Sou sonho e sonhador em mim embalados,
Ódio que se mistura com o amor,
Na alma, sentimentos entrelaçados.
Assim me vejo nessa dualidade,
Flor que desabrocha, simplicidade,
Na vida, eterna complexidade.