"Avião da poesia consoladora"

Versos: decassílabos

Autor: Valdir Loureiro

Eu perdi certo rumo da Escrita,

Mas não perco sua bússola — um instrumento

Que me diz o direcionamento;

E o meu voo, com outro voo, não se conflita.

Escrevi poemas de conformação

Para gente que rezava de luto:

Mais de quinhentos versos, eu computo

Publicados em uma coleção.

Mas ainda, hoje em dia, eu decolo

No avião para onde eu consolo

Alma que sofre com a sepultura.

Sendo assim, apesar de ter perdido

Rumo poético, vou aplicar o sentido

Da poesia ao consolo na amargura.

VALDIR LOUREIRO
Enviado por VALDIR LOUREIRO em 25/06/2024
Reeditado em 16/07/2024
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