LEITOR RASO
Oh, meu caro leitor, não me subestimes.
Tu que passas a vista de soslaio
e achas o texto, excêntrico balaio,
depósito de letras, e não te redimes
dos pecados, dos falsos regimes,
nesse teu inóspito, pseudo ensaio
em que outrora caí. Não mais caio.
Não cometo, leitor, mais esse crime.
Não te aprofundas, oh, leitor raso,
nas entrelinhas... és um triste caso
neste País pobre que nunca ler.
O escritor não resolve os problemas
com seus sonetos, inspirados poemas.
Porque o papel de um escritor é dizer.