LEITOR RASO

Oh, meu caro leitor, não me subestimes.

Tu que passas a vista de soslaio

e achas o texto, excêntrico balaio,

depósito de letras, e não te redimes

dos pecados, dos falsos regimes,

nesse teu inóspito, pseudo ensaio

em que outrora caí. Não mais caio.

Não cometo, leitor, mais esse crime.

Não te aprofundas, oh, leitor raso,

nas entrelinhas... és um triste caso

neste País pobre que nunca ler.

O escritor não resolve os problemas

com seus sonetos, inspirados poemas.

Porque o papel de um escritor é dizer.

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 24/06/2024
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