ROSA 162
Ah, vida que não esperava, tão incerta,
Aos meus olhos, desdobra-se em ferocidade
Não tenho privilégio, nem moralidade
Para questionar, nem mesmo uma palavra certa
Minhas palavras são como bombas, abertas
Nos ouvidos alheios, causando piedade
Enquanto outros falam, suavidade
Flores que caem, ao vento, incertas
Mas mesmo assim, não posso lamentar
Pois a vida, como uma ironia
Segue seu curso, sem se preocupar
Apenas sigo, sem melancolia
Aceitando o que vier, sem julgar
Em busca de paz, na minha poesia.