OTALGIA

A uma dor d’ouvido do caramba...

Ah, dou-te a saber, amigo, como dói

A dor doída neste esquerdo ouvido,

Que chega, derruba, detona e destrói

Meu sossego, meu pouso, meu sentido!

Dói-me tanto quanto peso de chumbo

Com mil ávidas agulhas a lhe aferroar!

Sinto-me tal e qual ao elefante Dumbo

Carecido de suas orelhas pra voar!

Há ainda um desconcertante prurido,

Que acompanha firmemente a minha dor,

Chegue aqui, ponha-te ao pé de meu ouvido...

Me escute atentamente e ouça, por favor:

Quero o caso acabado, resolvido...

Venha logo, não demore, meu doutor!

Alessa B
Enviado por Alessa B em 23/06/2024
Código do texto: T8092116
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