ROSA 155

É apenas mais um soneto recheado de desgraça,

contando a história igual a todo nordestino

que sofreu todo tipo de abandono ainda menino,

Na mesa dos coronéis, a velha trapaça.

O sonho de retirante se acaba no vício, na praça,

em São Paulo, no Rio e em qualquer destino,

o clamor da “Asa Branca” é de todos um hino,

Ao perguntar ao Senhor sobre nossa graça.

Por que Deus tem tanta fome, miséria e morte,

se há tanta devoção, rogo e trabalho sem sorte,

e ao mesmo tempo a riqueza esvai na estrada?

Retalhos e farrapos vestem os homens aqui do norte,

as mãos calejadas pelo labor com foice, facão e a velha enxada,

Mostram que os meninos já são homens fortes.