ROSA 154
Eu busco em você raras gotas de ternura,
Como um velho garimpeiro, sonha com o ouro,
Cuja esperança é seu único tesouro,
E o amor se tornou sua constante fissura.
Mas encontro cachoeira de solidão, há cura?
A canção do velho vinil soa como agouro,
Desbotando a felicidade num futuro vindouro,
Aumentando no peito minha velha amargura.
Mas continuo buscando teu lindo sorriso,
Cavando nas tuas profundezas o brilho,
Como terra infértil sempre emite aviso.
Que talvez esteja no norte o paraíso,
Mas o velho garimpeiro não sai do trilho,
Faz sempre a mesma rota, velho andarilho.