"A CARNE É FRACA"
O meu coração parado ainda deseja
O tum, tum do coração que lhe traiu.
A boca que antes me beijou, sorriu,
Minha boca sorrindo sonha que beija.
E a mão que a minha alma apedreja
É a mesma mão que me dava afago.
De boa ventura, hoje, o amor aziago
De uma mulher artificiosa, andeja…
Saía ao encontro de um chichisbéu,
Ela cobiçosa se abriu, rasgou o véu,
Pra ele, do amor que nos mantinha.
Vem sem graça, diz: A carne é fraca,
Mas a primeira pedra quem me taca?
Errei, traí! Perdoa essa mulher cainha!