NO JARDIM DA CAPELA ABANDONADA

 

No jardim da capela abandonada

agitam-se de leve, as açucenas...

As flores se assemelham às falenas,

abrindo-se na tarde perfumada.

 

No jardim da capela a passarada

repousa comumente suas penas.

As folhas vão ao céu, depois de plenas,

perdendo-se em confusa revoada.

 

No jardim da capela, sombras lentas

levantam-se dos cantos, sonolentas...

E a tarde vai cobrindo sua face.

 

E um raio de luar a tudo invade.

Como se, na suprema escuridade,

a solidão ainda ali rezasse...