É assim a paixão.
Talvez até nem saiba amor, talvez não
Que me são os reflexos dos seus olhos
Em um somar, deste quase úmido sorrir
Que nos põe desgraçadamente ao chão
E se horas depois, apesar de bebericar em vão
Sua nudez juvenil, apesar de fruta no temporão
Ainda suculenta, como das cinzas, voando sem razão
Me chama, trazendo na face segredos do coração
Que me cativa, feito escravo na antiga lida
Assim como obedecendo o seu senhor,
Acabas mais uma vezes no chão, perdida
Na paz embriagada do prazer temporão
Que poucos conhecem, pois vivem em vão
Como se o prazer, tivesse tempo de validação.