É assim a paixão.

Talvez até nem saiba amor, talvez não

Que me são os reflexos dos seus olhos

Em um somar, deste quase úmido sorrir

Que nos põe desgraçadamente ao chão

E se horas depois, apesar de bebericar em vão

Sua nudez juvenil, apesar de fruta no temporão

Ainda suculenta, como das cinzas, voando sem razão

Me chama, trazendo na face segredos do coração

Que me cativa, feito escravo na antiga lida

Assim como obedecendo o seu senhor,

Acabas mais uma vezes no chão, perdida

Na paz embriagada do prazer temporão

Que poucos conhecem, pois vivem em vão

Como se o prazer, tivesse tempo de validação.

Kiko Pardini
Enviado por Kiko Pardini em 20/06/2024
Código do texto: T8090017
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