VERSOS TRISTES
VERSOS TRISTES
Austral do tempo, estrela desolada,
Em noites parcas, brilha e se destaca.
Na vastidão do peito, entra e se atraca,
É sombra n'alma, lágrima salgada.
Na imensidão, a luz que não se apaga,
É como um sol que a escuridão ataca,
Mas mesmo que o destino não se emplaca,
No coração, o anseio fértil vaga.
Na solitude, mora o descaminho
Descanso à beira desse velho ninho
Trazendo alento ao coração audaz.
E na tristeza, sinto-me disperso,
No outono encontro o brilho do universo,
Que em versos tristes, canto em tom mordaz.
HélioJSilva, 12/05/24, Hortolândia-SP